terça-feira, outubro 18, 2005

Bonita Ética!

Em 1992, ano da fundação de Rotas do Vento, comecei a planear itinerários a pé em Portugal para criar um programa de passeios de fim de semana. Da Costa Vicentina e Mértola, passando pela Lousã e serra de São Mamede ao Gerês e Montesinho, criei uma interessante rede de programas pedestres em vários pontos do País. Os nossos clientes tinham assim uma forma de se manterem activos durante todo o ano e de conhecerem regiões pitorescas do território.
Cada programa tinha um guia associado pois pretendia-se que essa pessoa estivesse à vontade nesses itinerários e serras, e criasse um relacionamento com as pessoas que aí habitavam ou prestavam serviço.
Tínhamos vários guias, a maioria de Lisboa e arredores, e nos passeios do norte empregávamos o João Soares que morava no Porto. Com ele planeei passeios no Gerês, Montesinho e Douro a partir de 1994. Mais tarde, lá para 2000, passou a guiar a Lousã e a serra da Estrela.
Reconheço que o fez com competência mas, chegamos ao final de 2003 e o João anuncia-me que deixa de guiar para nós e que vai fundar a sua empresa de passeios a pé.
O que mais tarde vim a saber foi que esta pessoa e a sua companheira andaram descaradamente, durante pelo menos três anos, a planear o “golpe” e a coleccionar os contactos dos nossos clientes.
E passaram a propor alegremente os seus serviços aos nossos clientes, os clientes Rotas do Vento!

Que gente honrada, e que bonita ética...!!

1 comentário:

a disse...

Infelizmente essa coisa da ética é coisa rara! Quando o apelo da ambição fala mais alto... E no mundo dos negócios até quase se pode considerar aceitável, ou pelo menos práctica comum e como tal foi banalizada e já quase ninguém leva a mal. Está certo? Certamente que não... vivemos no Mundo em que escolhemos viver. Esse João preferiu sair do teu Mundo. Escolha dele. Sorte a tua. Sorte enquanto a vires como tal, enquanto conseguires ver que o teu Mundo ficou melhor sem ele e ficares feliz por isso. Agora se cultivares mágoas o caso passa a ser contrário e vais tu parar a um Mundo qualquer onde de certeza não hás-de querer viver. Paz (sem conotações fedorentas!) Beijinhos